sexta-feira, janeiro 20, 2006

Cantada

- Não pense que isso é uma cantada.
- Em uma boate? Impossível!
- Engraçadinha. Mas não é uma cantada, é um pedido de ajuda
- Ajuda? Por favor, um médico! Esse rapaz está passando mal!
- Não é isso! Eu sou ator.
- Ah, desculpe! Por favor, um médico! Esse ator está passando mal!
- Você está entendendo tudo errado!
- Será que a ambulância entra aqui?
- Bobinha. Na verdade eu preciso ensaiar.
- Ah, lógico. Quer ensaiar o quê? “Bygmester Solness” do Ibsen?
- Como?
- Você é ator, não deve conhecer Ibsen.
- Quem?
- Mudando de assunto, me fale sobre a peça.
- A peça se passa dentro de uma boate.
- Como essa?
- Exatamente. É a peça de um ator pedindo pra ensaiar com uma mulher dentro de uma boate!
- Então, eu sou a atriz principal?
- Exatamente.
- Mas eu não tenho as “falas”.
- Claro que tem! Já está dizendo-as perfeitamente.
- Hummm. Muito estranho, muito estranho!
- É uma peça de total improvisação.
- Se é de improvisação, pra que ensaio?
- Talvez, não exista ensaio. Talvez, a peça já tenha começado.
- Interessante. E como termina essa peça?
- É uma peça de amor.No final, o ator dá um beijo na mulher da boate.
- Estamos no final?
- Quase.
- E a platéia?
- A platéia são as pessoas ao nosso redor!
- Será que a platéia vai gostar?
- Eles sempre gostam de peças de amor!
- Então, vou perguntar pro meu namorado que acabou de voltar do banheiro. Adoro peças interativas com a participação do público!

3 Comments:

Blogger Naiara Romero said...

Que cantada horrível! :p

=*

9:30 PM  
Anonymous Anônimo said...

Ótima

4:24 PM  
Blogger lets said...

achei bonitinha...

12:54 AM  

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